Quinta Confissão

Confissões

A Senzala

Com mãe Helena e Pai Damásio aprendi que os Orixás vieram da África. Com Pai Nelito compreendi e aprofundei o aprendizado.

Já falei em outra ocasião sobre as dimensões do planeta Terra (reler confissões anteriores).

A África manteve seu intimo contato com a natureza, adaptou-se sem denegri-la. Enquanto a Europa inventava e colonizava por poder, os africanos se abriram para a natureza permitindo que as árvores, os mares, os rios, as pedras, as nuvens, os pássaros, a caça, o caçador, as serpentes, o arco-íris conhecessem a alma humana.

Acho extremamente importantes algumas invenções europeias. Mas o que deu em uma alma para inventar um canhão? “a rosa radioativa, estúpida e inválida”.

O canhão, em minha opinião, deu origem as “rosas radioativas” e aí vieram os Estados Unidos… A colonização europeia plantou a semente e, até hoje, todos os colonizados acreditam que a Ciência Africana é primitiva.

Com meu Pai Nelito aprendi que com esta inteiração alma/energia a natureza promove um encontro muito importante para o nosso processo evolutivo.

A rede energética cósmica encontrou no homem um acesso e se corporificou.

O convívio com a natureza era tão íntimo que os mais sensíveis receberam uma porção maior de ensinamentos cósmicos, passando a ser visto pelos outros como seres especiais. E estes mais sensíveis apreenderam em suas consciências a matemática astrosófica dos astros.  Desenvolveram uma filosofia, uma ciência, uma cultura e, como sabiam que a evolução destes conhecimentos vinha das energias da natureza, sabiam que precisavam preserva-las para evoluírem verticalizando a consciência cósmica.

Enquanto isto, a Europa descobria esta mesma força, descobriu a força das pedras, do ferro, das serpentes, dos mares, transformavam árvore em madeira para construir ferramentas para colonizar.

Barcos. Embarcações. Espadas. Venenos. Império. Ser o dono, o dono do mundo.

Não perceberam que magnetizaram para suas consciências o lixo cósmico da destruição.

Até hoje se acredita que os seres dos reinos mineral e vegetal são inanimados, sem alma. Impressionante!!

Nas outras confissões afirmei que na minha opinião a senzala foi a primeira instituição africana no Brasil. No entanto é mais profundo. É muito mais do que isto.

De verdade, nas senzalas brasileiras institui-se um encontro para a soma de conhecimentos cósmicos.

Já esta em muitos livros que os negros comprados para serem transformados em escravos no Brasil eram vendidos por seu próprio povo. Será que já pensamos que qualidade de seres humanos era escolhida para ser vendida?

Aqui, no Brasil, orgulhamo-nos dos presos políticos, exilados que brilharam com suas inteligências em seus países de exílio. Orgulhamo-nos dos nossos filhos e amigos que recorrem ao primeiro mundo para encontrar espaço para suas inteligências. Mas ainda não fizemos uma profunda reflexão sobre os africanos que foram exilados no Brasil para serem escravizados. Tanta força e conhecimento tinham que sobreviveram a escravidão. Mantiveram seu conhecimento e, inteligentemente, transformaram em cultura oral e oculta para que sobrevivesse, esperando o tempo em que o mundo dos inventores da rosa radioativa estúpida e inválida perdesse a força de destruir e deixasse as energias da natureza em paz.

Nos dias de hoje o homem se preocupa porque está acabando a água para beber.

Os alimentos não são mais naturais. As suas lâmpadas sentem falta das águas extintas.

Seus pulmões sofrem pelo ar que respiram. As suas construções estão sendo disseminadas pelo desequilíbrio que causaram a natureza.

Tornamo-nos ansiosos, deprimidos, com síndrome de pânico. Orgulhosos, tediosos e chatos. Não nos falamos mais. E o medo? E as religiões? E os cultos a Deus? Que coisa assustadora.

Onde está a natureza? A água pura? As nuvens não infectadas pela radioatividade?

Será que teremos a força dos homens sensíveis confinados a escravidão das senzalas?

Será que aprendemos amar tanto a vida, valorizando-a para termos forças para sobreviver a senzala escravocrata em que o mundo se tornou?  Será?

Eu, aqui no meu pequeno, para não sucumbir, para resistir a escravidão, para não perder a minha alegria, a minha fé, a minha vontade de vida como ser imortal porque conquistei a minha alma – quando conquistamos a alma nos tornamos imortais -, vou ao fundo do meu quintal e tomo a benção a Iemanjá. Deito na terra de Omolu e tomo a benção a terra.

Quando a chuva cai permito que Ewá e Nanã se encontrem no meu corpo.

A água na terra, lama, sinto-me um pequeno planeta, um planetinha feliz e experimento o Nirvana indecifrável pela palavras e totalmente traduzido pelo silêncio.

Halu Gamashi
Agosto de 2014

 

4 Comentários

  1. Janaina Dutra

    Maravilhoso! Estou aprendendo muito com você Halu, meu muito obrigada!

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  2. Marli Lopes Pinheiro

    A cada leitura um novo aprendizado. Gratidão

    Responder
  3. Marli Lopes Pinheiro

    O Chip Sombrio do Plano Inverso é uma aula de espiritualidade. Gratidão

    Responder
  4. Walter Cerqueira

    Que texto lindo!!!!!

    Responder

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