Primeira Confissão

Confissões

A paisagem escura da noite estimula o pensamento. Penso nas pessoas que estão dormindo nesta dimensão e acordadas em outra. Na realidade, quando dormimos, fazemos uma passagem para a esfera espiritual.

Penso agora que realidade não é a verdade. Verdade é tudo o que conseguimos absorver da realidade.

Há 27 anos eu não durmo. Quando entro em estágio de sono meu corpo se organiza para liberar a minha parte sutil para explorar outras dimensões.  Até o dia de hoje não escrevi mais sobre estas experiências, restringi esta parte da minha vida a um livro que escrevi há 25 anos, Caminhos de um Aprendiz.

Pensei em escrever outro livro, mas  a rede Globo produziu a novela A Viagem, de Ivani Ribeiro. Já existia Nosso Lar, de Chico Xavier; Caminhos de um Aprendiz, escrito por mim, A Viagem de Ivani Ribeiro e conclui que já existia material suficiente sobre o tema.

A paisagem escura da noite. A lua, com a sua claridade, não interfere no clima noturno. Da mesma forma, as Casas Astrais, uma outra dimensão do planeta Terra, não interfere na atitude de descrença dos que erroneamente se acreditam mortais. Como a lua, mantém a sua claridade e abriga todos os que acreditam.

Este abrigo espiritual que recebo todas as noites é tranquilo, sereno, não me dá ordens, a sua principal função é me fortalecer para aprender a errar, aprender a acertar e escolher um caminho espelhado pelos meus aprendizados.

Sabe o que me fez parar de escrever sobre as outras dimensões?  Hoje vou revelar, não foi a descrença, muito menos o riso ou a ironia, menos, ainda, os rótulos de louca, maluca, charlatã e outros castigos típicos de uma sociedade que ainda não aprendeu a respeitar o livre arbítrio.

Não tive forças para resistir ao comportamento das pessoas que acreditavam. Um grupo queria fazer de mim uma freira sem hábito, outro rejeitava meus costumes e necessidades de quem ainda vive no plano material; houve, também, quem quis colonizar os pensadores, os mensageiros do mundo espiritual e determinar como eles deveriam dar suas mensagens através de mim.

Com estes acontecimentos entrei em uma grande crise de responsabilidade, questionei-me muito e, enquanto me questionava, primeiro resolvi parar de escrever. Dividia minhas experiências com os mais próximos, amigos, familiares, e estas pessoas revelaram, através de suas atitudes, os mesmos comportamentos citados antes.

Aprofundei no isolamento e na solidão. O que dizer? Dizer o quê? Para quê ? Por quê?

Assim fiquei por longos dezesseis anos. De vez em quando escapava uma informação, uma história que gerava acontecimentos que fortaleciam meu silêncio.

Volto a falar da paisagem noturna. É assim que chamo estes dezesseis anos. Apesar do sol, do canto dos pássaros, dos pássaros nos cantos das árvores, a minha vida se tornou uma paisagem noturna que se encerrou ontem.

Não almejo que as pessoas acreditem em mim. Quando escrevi Caminhos de um Aprendiz, há 25 anos, pedi o benefício da dúvida. Agora não peço mais nada.

O planeta Terra se divide em quatro dimensões. Primeira dimensão, o planeta que os animais conseguem ver. Esta dimensão se divide em outros subgrupos dimensionais, por exemplo, o planeta que a formiga consegue ver é muito menor que o subgrupo dimensional ao qual a girafa pertence.

A segunda dimensão do planeta Terra é o planeta que os homens conseguem enxergar. Esta dimensão também se divide em outros subgrupos dimensionais que dependem da cultura e do intelecto de cada um de nós. Por exemplo, a depender da nossa cultura e intelecto vamos conseguindo enxergar outras culturas, outros tipos de intelectos, outras escolhas. Para clarear meu texto dividirei a segunda dimensão do planeta Terra em dois grandes subgrupos e os chamarei de Linfáticos e Cosmopolitas.

Tudo o que os linfáticos conseguem ver é sua família, sua conta bancária, sua religião, todo o demais rotulam como “os outros”. E este rótulo, para eles, explica tudo.

O grupo dos cosmopolitas, por serem mais abertos, vivem em um planeta muito maior. Sabem da multiplicidade de culturas. Preocupam-se com o planeta em que vivem. Tem uma consciência mais ampliada que os primeiros, preocupam-se com a devastação da natureza. Enfim, sabem que “os outros” não existe. Reconhecem que todos precisam ter um lugar ao sol.

Terceira dimensão do planeta Terra, animais e homens sensíveis conseguem ver e sentir esta dimensão.

A terceira dimensão é a fronteira com a segunda dimensão. Os animais sensíveis da primeira dimensão convivem fluidamente com esta terceira. O convívio dos homens sensíveis não é fluido, é permeado por medos, inconsistências e desconhecimento. São poucos os que conseguem manter a fluidez e conviver pacificamente com a terceira dimensão.

Aqueles que conseguem esta convivência são os que descobriram que os medos e os tormentos pertencem a segunda dimensão. Principalmente quando convivem com o grupo dos linfáticos. Se sobrevivem aos rótulos, ao poder, a obstinação e o fanatismo do grupo dos linfáticos começam a estabelecer uma relação fluida com a terceira dimensão.

Quarta dimensão do planeta Terra. Vou chamá-la de dimensão energética.

A velocidade da energia constrói a matéria. Energia que conhecemos na primeira e na segunda dimensão.

Velocidade, mais temperatura, dá origem a gravidade que conhecemos.

Na quarta dimensão, no mundo energético, a velocidade da energia é outra. A energia é construtora e onde estiver constrói e construiu também a quarta dimensão. Lá também se estabeleceu e construiu o viver tetradimensional, muito conhecido aqui como – o mundo dos espíritos- que gera tanta desconfiança e não aprofundamento.

Conhecemos muito pouco da energia. Em pouco tempo a energia construiu a internet. Quando esta criação estiver mais sólida e consolidada com certeza criará outro subgrupo na segunda dimensão do planeta.

Por hoje chega, continuarei falando sobre isto amanhã.

Neste momento abraço todas as dimensões que conheço, congratulo-me com o sol que recebo aqui, na minha querida Cacha Pregos, de onde saí há 25 com a cabeça e o coração cheios de projetos e agora retorno com a cabeça e o coração focados no descanso de vinte e cinco anos de luta com a linfa obstinada da segunda dimensão deste meu querido planeta.

Protegida em Cacha Pregos pelo sol, pela vida simples, pelo peixe fresco, pelo canto de Iemanjá, que também é, para outras culturas, o mar eterno, trabalho para prosperar a minha consciência,

Halu Gamashi
Agosto de 2014

 

Leia minhas outras Confissões aqui.

 

3 Comentários

  1. Carmen Sobral

    Grata pela partilha ! abraço de luz.

    Responder
    • Ednei

      Agradeço por compartilhar suas experiências. Abraço!

      Responder
  2. Rebeca Rabel

    GRATIDÃO

    Responder

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