ponte

I.
Atravessar a Ponte sem temer os Titãs que nos protegem da própria covardia.
Percorrer as correntezas encontrando nas Águas o curso que leva às margens.
Não se misturar à paisagem preservando-a,
preservando-se.
Ouvir a maior voz que se manifesta no silêncio.
Não aguardar compreensão.
Saber que é a função do Tempo ensinar o entendimento para os incompreensíveis.
Congratular-se por ser tangível para as forças Sutis.
Feliz por ser encontrado no labirinto da escuridão.
Reconhecer que quem te viu passar buscando, procurando, acreditou nos seus passos, nas suas crenças.
Há homens que se comunicam com o Sol.
Há homens que esperam que a vida se transforme em lenda, em mito.
E lá estará sempre a Lua, no passado do Sol, para cantar as cantigas lendárias que serão ouvidas pelos que precisam de muito tempo ainda.
Orar para que o tempo seja grande, que o espaço seja maior.

II.
A Ponte, para quem conhece o Céu, espelha muitos Mundos.
Esta Ponte de olhar profundo reflete a sua quase invisibilidade.
Porém os seus olhos podem ser vistos por quase todos.
Há quem não alcance o olhar da ponte.
Para tanto a pureza da busca, a humildade da procura, precisa estar instalada no Coração para que os olhos alcancem a profundidade do olhar da Ponte.
Acompanhando o olhar da Ponte começa a enxergar o seu interior e a partir daí, do alto, guiado pelo olhar do Altíssimo pode se ver todos os mundos que se mostram, que se ocultam, que se escondem na planície da Terra.
Aprendi com o Tempo que quando a Ponte vem até nós é o momento do êxodo. É o momento de peregrinar, transitar pela Ponte, ouvir seus ensinamentos sobre os Mundos para obter a oportunidade de escolher em qual dos Mundos a Alma se faz raiz.

Halu Gamashi 

 

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