O amor tem fórmula? Esta é uma pergunta sem resposta para quem nunca procurou o amor. Confundem estalos da carência que disparam: atração sexual, dependências, medo da solidão, vaidade, exibição e milhares de outros tipos com a presença do amor.

Como vimos, o estalo da carência tem a sua fórmula superficial, cega, surda, muda porque carências, dependências e todas as outras estão inertes nos espaços sombrios dos seres humanos e o estalo da carência os desperta.

Quem busca o amor sabe que o amor tem fórmula completamente diferente da formula dos estalos da carência dos modelos das novelas, diferente dos conselhos que a tradição nos dá desde o momento em que nascemos e penso que a fórmula do amor é uma construção muito pessoal. Vou falar da minha, quando procuro o amor nada mudo em mim, não crio nenhum personagem social. Para mim, o ser amado que irei encontrar, precisa me ver como sou e, para tanto, me construo sem segredos, sei que os segredos moram na escuridão, nas trevas e para não ter que ir à escuridão pago o preço de não ter segredos. Mostro como sou, se grito, grito; se choro, choro é uma necessidade que tenho de procurar amor que ame a mim, não aos personagens que o mundo e a sociedade vai nos vestindo.

Se somos muito revestidos por máscaras sociais invertemos o nosso ponto de atração real e passamos a atrair estalos da carência oferecendo ao nosso apaixonado o personagem que o atraiu. Mas, com o passar dos dias a energia, por ser falsa, que alimenta o viver deste personagem, acaba e oferecemos um outro personagem parecido. E assim vai.

Antes de encontramos um apaixonado estes personagens se alternavam, mas não suportam viver quando são usados por dias, meses e desfalecem, empalidecem como uma roupa cujo tecido é de baixo valor e aí…. chega o dia em que apresentamos a nossa pele – saiba este dia chegará -, primeiro para nós ou primeiro para quem nos apaixonamos, este dia chegará e junto com ele a submissão, o medo das carências, a vaidade, o orgulho, tudo o que estava em nós, todos os ingredientes que usamos para construir os personagens. Para o nosso apaixonado não será possível reconstruir o que o Fogo queimou e deixamos de reconhecer e sermos reconhecidos. Neste momento, ou encerramos a história e procuramos aprender o ensinamento que a experiência trouxe ou vamos buscar em sombras ainda mais profundas, estratégias para manter o relacionamento: chantagens emocionais, poder, sedução com tempo de validade vencido, brigas, acusações mútuas, novas seduções com tempo de validade vencido. As brigas se multiplicam, acusações, novas seduções com prazo de validade vencido vão deixando de ser eficazes até que chega ela: A Indiferença.

Quando chega a indiferença para os dois aos mesmo tempo é menos difícil, mas quando chega para um primeiro o sofrimento para os dois é muito grande.

– Um dia eu te amei, mas agora me é totalmente indiferente. Por quê?

– Você não liga mais para mim. Não me vê, não me escuta, não me sente. Por quê?

E a dor, apesar de ser diferente, dói com todo o seu conhecimento. O conhecimento da dor é intenso e ela dói. Há muita dor nos dois questionamentos acima.

Quem procura o amor sabe que personagens fictícios não duram. O amor que aqui me refiro é o amor que dividimos com os amantes, o amor que dividimos com os amigos, o amor que dividimos com a profissão escolhida, o amor que dividimos com os filhos, o amor que dividimos com o mundo, o amor que dividimos com a vida.

O estalo da carência também pode ser dividido, como foi citado acima, porém com prazo de validade muito curto porque é muito perecível.

Com amor por todos os que buscam o amor,

Halu Rama
Blackpool, 8.10.2016, 11h24min

 

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