Maturidade Espiritual

Maturidade tem a ver com o tempo e o tempo é relativo.

A soma das nossas convicções revela a nossa maturidade. A inconsequência e a conveniência são atributos juvenis.

O amadurecimento prima por afastar as conveniências e aproximar o ser humano das suas próprias convicções. Estar convicto é estar maduro.

O amadurecimento espiritual está diretamente associado às nossas convicções profundas, enraizadas, em cuja raiz se encontra em nosso espírito.

Estar convicto de possuir uma porção espiritual revela valores elevados.

Enquanto o indivíduo busca satisfação e resolução para as suas questões apenas nos âmbitos mental e emocional construirá um sem números de conveniências.

A razão tem seus valores, as emoções outros valores. Diante de uma situação limite impera a conveniência em optar por um ou outro valor de acordo com a circunstância.

A maturidade espiritual não nos deixa ser convenientes, atuamos de acordo com a ética e a integridade do espírito.

Quando o homem não precisa mais se debater com suas conveniências começa a alcançar a maturidade espiritual. As mudanças serão na forma de agir, cada vez mais sábia e conciliatória mantendo como viga mestra as raízes espirituais e a coerência.

Um indivíduo maduro espiritualmente se afasta das mentiras, das ilusões e, finalmente, da injustiça.

Um exemplo bem claro de imaturidade espiritual é ter duas leis internas para a mesma situação, justificar seus próprios atos, mas ser rigoroso quando outras pessoas repetem as mesmas atitudes. Um imaturo espiritual acredita que pode tudo, investe na sedução verbal e na manipulação. Um indivíduo maduro espiritualmente não quer nada para a sua vida que seja fruto de uma mentira, de uma manipulação ou de uma sedução.

Um caminho para amadurecer espiritualmente é buscar a satisfação no que se tem de real, de concreto, tudo o que realmente não nos cobra máscaras ou reações diferentes da nossa espontaneidade.

A busca por ser aceito traz o risco da confecção de máscaras. Um mascarado precisa abdicar primeiro desta maquiagem e descobrir a importância da sua verdadeira face. Se em volta de nós há o desentendimento e a incompreensão é porque utilizamos mascaras e atraímos pessoas que jamais vão nos aceitar como realmente somos.

O ganho em manifestar a própria face, o verdadeiro eu, é magnetizar essências parecidas com a nossa que estão à procura de pessoas como nós. Mas se nos encontram mascarados, se afastam e o lugar tende a ser ocupado por cobranças, desfaçatez, baixa estima e a perda da espontaneidade que traz como consequência a dificuldade para acreditar em relações mais profundas, como as relações espirituais, por exemplo.

Halu Gamashi
Março/2015