Maria de Magdala – Captação “Caminhos do Graal” – #2

Caminhos do Graal, Captações

Maria de Magdala – Captação “Caminhos do Graal” – #2
Captado em: 17 de junho de 2016, 20h35min, Carcassonne, França

Despertei com uma felicidade vasta e desconhecida. As minhas pernas e os meus braços sentiam que podiam andar por qualquer caminho.

O dourado do sol modificava as cores na montanha.

Era tudo tão belo, tão bom.

Assim era Emanuel. Aprendera com ele a desconhecer o impossível: as águas do rio no meu rosto diziam-me que o meu rosto sempre estivera nas águas do rio, assim como a terra conhecia os meus pés e eu agora a conhecia também.

Os estrangeiros, menos efusivos, estavam também diferentes, um abraço nos envolveu. Era como o abraçar de Emanuel.

O momento sublime me fez demorar para perceber que os discípulos de José de Arimatéia não desfrutavam do nosso momento. O que teria acontecido? Juntaram-se afastados de nós e havia, ali, um dilema. Comunicaram que não queriam seguir a viagem, expuseram o medo e a incerteza de estarem fazendo o certo.

Pensei em dialogar, porém havia ali um final e fui aconselhada pelos estrangeiros que os deixasse partir.

Esta cisão inoportuna diminuiu minha felicidade. O que havia eu feito de errado?

Os estrangeiros conversaram entre si; quando me incluíram na conversa, aconselharam-me a mudar a rota do nosso destino. Quando lhes disse que, de fato, não sabia qual destino seria, os sonhos ou as visões que havia tido com Emanuel me levavam àquela montanha.

Resolvemos repetir, imediatamente, o ritual: as ervas amargas, a pedra misturada à água do rio dentro do cálice.  Enquanto eles oravam em suas línguas, escolhi o silêncio.

O aroma de romã nos envolveu – era ele, era Emanuel -. Os ventos da romã fizeram com que os estrangeiros se ajoelhassem e colocassem as mãos no peito. Eu procurei um tronco de árvore para alentar as minhas costas e o meu coração indeciso.

Não sei se dormi, ou se acordava em um outro tipo de existência, o espaço atemporal ─- Emanuel falava-me muito sobre isto, que os sonhos eram o despertar para um espaço atemporal onde o impossível se torna possível e vi Emanuel, neste meu sonhar, mostrando-me um grande rio, também com montanhas.

As palavras, nos sonhos, são silenciosas e, silenciosamente, ele me disse: o que disseste aos estrangeiros, do rio que cortava o vale de quatro montanhas. Emanuel sorria, sorria sempre.

Acordei, ou voltei a dormir, neste mundo pequeno, de visão curta, e fiz como Emanuel havia me ordenado. Os estrangeiros conheciam o rio.

Perguntaram-me se os discípulos de José de Arimatéia eram sabedores do nosso próximo destino. Respondi dizendo que este trecho eu acabara de ver e ouvir nos sonhos com Emanuel. Eles estavam temerosos, mas seguimos a rota. Eu já não sabia há quantos dias e quantas noites estávamos caminhando, mas o nosso cansaço era visível.

Temeroso que adoeceremos, um dos estrangeiros sugeriu que mudássemos um pouco a rota para encontrarmos alguns amigos dele. Temi, senti-me insegura, por momentos apenas, o meu coração e tudo o que havia nele me fez aceitar a proposta.

Andamos por dois dias, destinávamos a noite para comer melhor, descansar e repetir o ritual que Emanuel havia me ensinado.

Eu e os estrangeiros começamos a conversar, o tempo que estávamos juntos foi-nos ensinando a compreensão da língua. Aquele que parecia ser o líder do grupo dos estrangeiros disse-nos que seguiria sozinho, era uma comunidade secreta e ele não sabia como seriamos recebidos, principalmente por estar conduzindo estranhos para a comunidade.

Afirmou que retornaria após três dias e assim o fez: três dias depois voltou com cavalos, bastante alimentos e mais cinco companheiros que seguiriam viagem conosco.

O líder deles me disse que o mais difícil foi explicar porque uma missão tão importante havia sido entregue a uma mulher.

Os novos estrangeiros olhavam-me. Curiosidade? Compaixão? Admiração?

Por outro lado, a minha fragilidade feminina, fortalecida por um ideal, fez com que conquistasse o respeito que já havia adquirido com os primeiros estrangeiros. Apenas o líder conhecia os novos que chegaram, os demais foram ali apresentados no mesmo instante em que fui apresentada também. Estes novos falavam outra língua, somente conhecida pelo líder.

Dali seguimos viagem, fazendo uma peregrinação conduzindo forças espirituais deitadas no cálice e na pedra de Emanuel para o firme propósito de unir o sol do oriente ao sol do ocidente.

Munidos de cavalos e melhor alimentação a viagem se tornou mais agradável. Passamos frio e os novos amigos do líder souberam preparar com peles de animais vestimentas para que suportássemos o frio.

Depois chegou o calor e os amigos do líder ensinaram que beber água aos poucos, de tempos em tempos, alimentaria melhor a nossa sede.

Compreendi que sem eles a caminhada seria impossível.

Eu e os primeiros estrangeiros ampliamos nossa condição de conversar, eles me disseram que sentiam a presença de Emanuel todo o tempo ao nosso lado. Eu não sentia, por quê?

Eles me explicaram que a falta que sentia de Emanuel impedia-me de sentir sua presença.

À noite, nos intervalos de descanso, recomendaram que colocasse a mão direita no ventre e a esquerda no meu coração. Tiraram de seus alforjes um instrumento até então por mim desconhecido. O som do instrumento me lembrava cantos de pássaros e senti meu coração bater mais forte. Preparam um chá para que tomasse no primeiro minuto em que percebesse a chegada do sono, dormi imediatamente, nada vi, nada senti, nada sonhei, porém quando acordei senti a presença de Emanuel ao meu lado, quase podia vê-lo, toca-lo, ouvi-lo e, embora não conseguisse meu intento, conheci um novo tipo de felicidade. E cada experiência como esta fazia-me acreditar mais e mais em tudo que ouvira de Emanuel nos oito anos que andamos juntos. Por alguns momentos ele desaparecia e logo estava de volta.

Os primeiros estrangeiros, com exceção do líder, não conheciam esta magia, porém os segundos estrangeiros sabiam muito.

Os liderados dos primeiros estrangeiros sentiam a presença de Emanuel, mas não como eu, não como seu líder, não como os novos estrangeiros.

Viajamos por muito tempo mas já, há muito tempo, desistira de contá-lo.

“O ontem é o ontem”, dizia Emanuel, “O milagre é sempre hoje. O passado do milagre é a esperança do seu retorno”.

Emanuel, por que não prestei mais atenção ao que dizia? Por que só agora suas palavras eram compreendidas por mim?

Ler a continuação….

Leia a primeira parte aqui.

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7 Comentários

  1. Nicolino Rigon

    Leitura maravilhosa. Lembra o livro CAMINHO DOS ESSÊNIOS. GRATO.

    Responder
    • Halu Gamashi

      Muito obrigado Nicolino, em breve será publicado como livro, junto de todos os trechos seguintes.

      Responder
      • NEUSA ZAIA PEPE

        Boa noite Halu. Nossa como estou gostando da família eletromagnética, estou apreendendo muito. O livro caminhos de um aprendiz onde posso comprar. Faz um mês que estou com vc, quero aprender muito. Um grande bj a vc, e todos que ai trabalham !!!

        Responder
  2. Marcello Calcagno

    Que maravilha de texto! Aguardo ansioso pela publicação do Livro, minha querida Halu.

    Responder
  3. Sheila Aranha

    Halu, me emocionei muito em alguns trechos do texto. Estou muito feliz com a oportunidade de aprender e de melhorar minha forma de ser, de agir e pensar.
    Agradeço todos os dias. Amei te conhecer Halu.
    Foi um grande presente.
    Bjs

    Responder
  4. Heverly

    Halu, que maravilhoso tudo isso !! Vem confirmar a minha busca, por algo maior, e não ficar presa a doutrinas das religiões, onde não me sinto confortável ….Tudo a seu tempo!!

    Responder
  5. Aline

    Estou em êxtase. Gratidão Halu

    Responder

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  1. Captação - Terceiro Texto - 18 de junho de 2016, Carcassonne, França 20h37min - Halu Gamashi - […] Leia a parte anterior aqui. […]

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