Não existe hierarquia na natureza, tudo segue a órbita, o fluxo da Lei do Livre-Arbítrio, que se torna visível e palpável quando se vive neste fluxo. Os planetas circulando em volta do sol seguem este fluxo.
A lei do Livre-Arbítrio e seu fluxo orbital foi e é a maior dádiva divina.
Transformamo-nos em seres orbitais quando assumimos a responsabilidade das nossas vidas em nossas mãos.
Orbitando por este fluxo compreendemos que os obstáculos têm a função de equilibrar o Tempo na nossa jornada de vida. Informam que é preciso diminuir a velocidade, não é o momento de ultrapassar ou correr.
O Obstáculo é um fato urgente que tem a função de nos conduzir para dentro de nós mesmos. É a hora da avaliação interna para ouvirmos o nosso mestre pessoal e intransferível: nosso Corpo Espiritual. Neste estágio, avaliamos o nosso querer, os nossos valores, a nossa ética e, quando estamos prontos, o fluxo orbital da Lei do Livre-Arbítrio e o nosso corpo espiritual nos devolvem para o mundo exterior onde está o obstáculo.
Devidamente fortalecidos pelas forças que adquirimos, confrontaremos com o obstáculo bem menor e nos dirigimos para ele.
Por sua vez, os obstáculos também seguem o fluxo da Lei do Livre-arbítrio.
Não podemos nos esquecer que um obstáculo é o encontro de empecilhos, ou seja, para os obstáculos nós também somos um obstáculo que quer se inserir em espaços que ainda não conhecemos.
Estamos nos candidatando a assumir maiores responsabilidades e o obstáculo, diante de nós, nos observa para identificar a nossa força e maturidade para passar por ele.
O que vem depois de um obstáculo é um crescimento, é um avanço. Se os obstáculos não esperassem o momento de estarmos mais munidos de condições para assumir o que vem depois dele destruiria, danificaria um espaço dentro do fluxo da órbita do Livre-Arbítrio.
Os obstáculos externos são forças preparadoras para a sobrevivência de um planeta, de uma galáxia.
Tomo como exemplo as árvores de raizes profundas que percorrem grandes distâncias dentro da terra em busca de água e alimento.
No fluxo da órbita do Livre-Arbítrio para avançar nos obstáculos a viagem interna em busca do mestre interno é o exercício que nos estimula a ampliar e fortalecer nossas raizes nos nossos propósitos de vida. Um propósito de vida não pode destruir outras vidas, por isso todo percurso onde há destruição de vidas não pertence ao fluxo da órbita do Livre-Arbítrio.
No percurso onde há destruição, há manipulação, sacrifícios de outros, engana-se quem, neste percurso, acredita que avançou, que cresceu, porque, de fato, o que aconteceu foi a criação de um reinado cujo rei, impossibilitado de seguir a órbita do fluxo natural do Livre-Arbítrio estacionou e criou um fluxo hierárquico para sobreviver.
Este tipo de mandatário é sempre inseguro porque sabe e reconhece que tudo o que possui é fruto de um grande esquema de manipulação de outras vidas, de outros viventes. O tempo deste reinado tem prazo de validade e em um dado momento os viventes por eles manipulados deixam de enxerga-lo como rei e passam a enxerga-lo como obstáculo.
Quando mergulham no seu mundo interior, como as árvores fazem com suas raizes no interior da terra, bebem as águas na fonte do seu corpo espiritual. Preparados e fortalecidos quando retornam para o mundo exterior, libertos do seu obstáculo, ex-rei, se inserem mais uma vez no fluxo orbital da Lei do Livre-Arbítrio.
Enquanto buscarmos no planeta Terra um ser hierárquico para promover a nossa vida ao custo baixo de uma adoração ainda não buscamos o fluxo natural da órbita do Livre-arbítrio. Permitimos a manipulação em busca de facilitações e manipulamos o rei hierárquico nos interesses mesquinhos da nossa falta de amor próprio, da nossa falta de coragem de receber a vida nas nossas próprias mãos e toda a responsabilidade intrínseca a esta entrega.
Na órbita do Livre-arbítrio o Tempo é um juiz coletivo que opera para manter essa órbita. “Decifra-me ou te devoro” essa é a face do Tempo, essa é a fala do Tempo quando queremos avançar para um espaço dentro da vida coletiva que requer mais responsabilidade, amor próprio e amor pelos demais que orbitam neste fluxo.
Nos caminhos do Livre-arbítrio a hierarquia é a responsabilidade coletiva, não existem maiores ou menores, superiores ou inferiores. Todos os que caminham este percurso estão ocupados com suas responsabilidades e não se distraem com condecorações.
Mensagem do Mestre Kut Humi, captada por Halu Gamashi em 20 de dezembro de 2018, às 18h36min, em Santo André, na Costa do Descobrimento.
Comentários de Halu Gamashi sobre o texto:
Penso que o texto está se referindo, quando diz “assumir a vida nas próprias mãos”, em buscar recursos próprios e, se ainda não temos, construí-los. A árvore que quer nascer no deserto, como semente tem duas escolhas: acabar como semente seca ou buscar forças para deixar de ser semente e nascer árvore. O homem que quer ver suas ideias, suas descobertas, seus talentos, seus propósitos atuando no mundo coletivo, tem duas escolhas, morrer como semente seca ou nascer como homem que tem um propósito.
É comum a este percurso buscar a manipulação, o engano, as facilitações. Até que o homem percebe que não está vertendo o seu propósito de vida, muito pelo contrário, iludido com as facilitações ilude outros que buscam facilitadores, rouba e é roubado até o momento que o propósito fala mais alto no seu coração e na sua mente.
Só se pode renunciar o que se tem, ninguém abdica do que não tem. Nesses terrenos abdica-se do Ter para Ser um homem de propósitos responsável pela própria vida. Nestes terrenos, o querer é do homem e ele é querido em todo Chão que pisa.
Halu Gamashi
0 comentários