Cabala é a arte de transformar números em letras, princípios em idéias. Virtudes em imagem. Cabala é a imagem arquetípica da matemática. É o movimento que se produz como consequência de um agrupamento.

Comentários sobre a cabalas numéricas principais: De 0 a 9.

Cabala numérica Zero.
Zero é a maior cabala feminina. Infinitas vidas repousam no seu interior. O zero revela o momento da confecção da vida. A imagem da gestação. Por isso alcança o mérito de maior cabala feminina.

A vida que o zero descreve é a vida dependente do silêncio e da quietude. É a força de vontade contida antes de se manifestar. A cabala zero se refere à concentração, à preparação que antecede qualquer manifestação. O zero também é a imagem do universo desconhecido, infinito e ao mesmo tempo fecundo. Enquanto nada há para se fazer, o zero se apresenta pontuando o momento do despertar.

Ao processarmos algo que não sabemos onde está, é preciso voltar a procurá-lo na cabala zero. Se perdemos algo que na sequência voltamos a precisar, a cabala zero o guarda para nós.

O zero é o genitor de tudo o que ainda não tem pai, nem mãe. Por este princípio, sabemos que tudo no universo pertence a alguém. É o zero, o franco guardião do que foi perdido, esquecido e não encontrado.

É o ponto côncavo do universo. Olhando o horizonte para encontrar o zero, precisamos fechar os olhos e tudo o que não podemos ver mas sentimos a presença, são as imagens refletidas pelo espelho do zero. Por tudo isso, o zero é o tudo que ainda há de acontecer.

O zero é o pensar da ave sobre o voo do que ainda está no ovo do seu ninho.

O zero é a intuição da intenção do verbo.

O zero é o único movimento universal que não é regido pelo tempo por estar antes de qualquer tempo anterior, por também se encontrar depois de qualquer tempo futuro.

Sobre o zero não se caminha, se reflete.

Cabala numérica 01
Um é o princípio, é o marco da primeira manifestação. É o menor número masculino.

Filho primordial do zero e ao mesmo tempo filho primogênito do movimento cabalístico masculino.

A cabala numérica 1 refere-se a um contato, ao primeiro contato com qualquer acontecimento. A primeira vez que vivenciamos uma experiência, a primeira vez que, olhamos para alguém. O primeiro ponto da estrada. Esta é a imagem da chegada, revelando que o zero se abriu e o que estava adormecido no seu interior concluiu a gestação e se despertou.

A cabala numérica 1 descreve o princípio de todas as coisas. A materialização de um projeto que precisa ultrapassar etapas para atingir o seu apogeu.

No nosso calendário, Janeiro é a descrição da cabala numérica 1. Janeiro pontua a chegada do ano que irá acontecer, os benefícios e infortúnios deste ano o tempo descreverá.

Enquanto o zero não se subordina ao tempo, a cabala 1 é a sua maior subordinada porque ainda não tem um passado, precisa ter, ainda não fez o presente e sabe que precisa fazê-lo e o futuro lhe é tão distante, que só a subordinação com o tempo fará diminuir as distâncias.

Por tudo isso, a cabala numérica 1 é a imagem da expectativa. E a expectativa é o contato intenso com o que ainda não se conhece.

Um princípio, um contato desarmônico, é a imagem da impaciência e a impaciência é a cabala um, incluindo-se poder dobrar o seu tamanho, antes do tempo semeá-la. Quem trilha com a desarmonia desta cabala, tem como consequência a precipitação, a ilusão, culminando com o arrependimento. Nestes casos urge que o que já foi conectado, principiado, retorne ao ventre do zero, para uma nova gestação, para um novo contato, para um novo princípio.

Quem trilha harmonicamente com a cabala numérica 1, sabe que apenas fez um contato. Principia-se uma história. Assim a expectativa cresce, levando a cabala numérica 1 para um novo movimento

Cabala numérica 02
Dois é a cabala da parceria, revela o momento em que a cabala numérica 1 em seus contatos e princípios, fortalecidos pela expectativa encontrou um parceiro, ao qual se soma, para algum objetivo. E quando um princípio encontra uma parceria, informa que o tempo evoluiu, que a solidão diminuiu, que o princípio alcançou os méritos de uma ação.

O casal é a imagem arquetípica da cabala 2 e qualquer existência só e útil quando encontra o seu par.

Quando o som encontra a vez, produz a fala. Quando a voz ama a fala, produz o canto. Quando o canto produz a emoção, encontra um ouvinte e assim os casais vão se multiplicando com a intenção de povoar o mundo.

A cabala numérica 2 revela que dois parceiros se encontraram. A trilha desarmônica descrita nesta cabala, se refere a dois parceiros que embora juntos, não se somam, criando o isolamento. Um princípio não é isolado, posto que não tem ainda de quem se isolar. Quando encontra uma parceria, se junta, mas não se une. É a representação cabalística do isolamento.

A trilha harmônica descrita por esta cabala se refere a dois parceiros que se encontraram e que somam, unem e dividem, tudo o que possuem. Um foi reconstruído pelo outro, sem perder as próprias características. Por isto a imagem do casal. No nosso calendário, Fevereiro é a descrição da cabala 2. Janeiro é o contato, Fevereiro, seu parceiro.

Os acontecimentos se misturam e dão continuidade. A cabala numérica 1 já tem um passado e um presente. Fevereiro é a carruagem que o levará para o futuro.

A cabala numérica 2 é o parceiro adequado para um princípio que conectou e almeja continuidade.

Cabala numérica 03
A cabala numérica 3 é a configuração de um corpo inteiro e integrado. A Santíssima Trindade é a imagem arquetípica, divina deste movimento, Pai, Filho e Espírito Santo. O homem está inteiro quando integrado à razão, sentimento e espírito. Uma família está inteira quando o pai e a mãe geram um filho. Antes eram apenas um casal.

Quando dividimos uma situação em três partes e estudamos cada uma dela, encontramos a verdade contida na situação. Por tudo isso, 3 é a cabala do corpo inteiro. Este movimento permite a eternização do círculo. O momento está inteiro, porque houve princípio, meio e fim.

Esta é a trilha harmônica desta cabala. Quando dois parceiros rejeitam uma produção oriunda de duas forças, além de não se completarem, dizimam a parceria, voltando a ser dois princípios frustrados. Esta é a imagem da orfandade. Revela um casal produzindo o vazio. A função do casal, a função de dois parceiros é produzir um fruto que os reconheça e seja por eles reconhecido. Para o todo estar completo, se faz necessário as características descritas na cabala 3.

No nosso calendário, Março é a descrição da cabala numérica 3. Já há o que se contar sobre o ano. Uma história foi escrita por Janeiro, Fevereiro e Março. É responsabilidade das águas de Março conduzir os conteúdos energéticos da terra de Janeiro e do ar de Fevereiro.

Quando três elementos se unem, promovem modificações no todo. O casal ouve o filho e para haver harmonia os quereres deste terceiro elemento precisa encontrar espaço entre os quereres do casal

Cabala numérica 04
É a cabala da transformação.

Quando um corpo está inteiro, precisa se transformar para não se extinguir. Esta é a imagem do círculo que ganhou mérito de cíclico. Transformar é miscigenar. E miscigenação é alquimia. Para se proteger, o camaleão modifica a sua cor, assemelha-se ao chão que pisa, sem deixar de ser camaleão.

Por tudo isto a cabala 4 é a imagem arquetípica da mutação. E mutar é transportar uma transformação. O homem se transforma quando incorpora as suas transformações. A teoria se transforma quando pode ser praticada. Um pensamento transforma-se em idéia, quando faz sentido para um conjunto. O mundo se transforma quando recebe habitantes diferentes e os aceita misturando as suas diferenças. O novo se transforma no velho quando reconhece a sua juventude e ao mesmo tempo a sua sabedoria.

Todos estes movimentos e tantos outros cuja base é a transformação, são descritos pela cabala numérica 4.

No nosso calendário, o mês de Abril é o representante deste movimento. As energias oriundas do nascer deste mês têm a função de promover uma união entre os quatro elementos agora presentes. A terra de Janeiro, o ar de Fevereiro e as águas de Março aquecendo-se com o fogo de Abril.

Cabalisticamente falando, é o momento propício para transformar projetos que esperam sua execução dentro deste mesmo ano. É o momento adequado para reavaliá-los. A trilha harmônica da cabala 4 sugere estar atento para a necessidades de transformações. O Universo é mutante. O homem que não se transformou envelhece. E envelhecer é não saber lidar com a eternidade do tempo. A ciência que não se transforma se torna obsoleta, uma educação que não se transforma se torna déspota. 

A trilha harmônica desta cabala, sugere transformação e mutação.

Cabala numérica 05
Cinco é a cabala do estabelecido. Depois de um processo de transformação se faz necessário o estabelecer, enraizando o produto da transformação. A cabala 5 descreve este acontecimento, revelando o momento em que o homem volta a fixar um marco.

Reformar uma casa é transformá-la. Como a casa ficou depois da reforma, é o estabelecido pela transformação. O momento é de descanso do trabalho anterior.

A cabala 5 também é a imagem da lapidação de uma pedra. É um dos movimentos mais importantes descritos pela cabala, por se referir ao estabelecido depois de uma transformação.

Se o homem se transforma e não se estabelece como um novo produto, não consegue avaliar os méritos de sua transformação. Estabelecer é dar por concluída uma tarefa. Um alvo imóvel pode ser avaliado com mais profundidade.

No nosso calendário, o mês de Maio é uma das representações desta imagem cabalística. Este mês simboliza o momento em que terra, ar, água e fogo se estabelecem em uma terra nova, a terra de Maio.

Fixar é absorver. O que absorvemos fecunda em nosso corpo, se fixa em nossas raízes, emoldurando uma nova performance.

No mês de Maio, já temos muita informação em relação ao ano decorrente. Podemos prever os próximos passos para torná-lo útil e fértil.

A trilha desarmônica da cabala 5 descreve o movimento do homem procurando se fixar num terreno infértil. Para um alvo se estabelecer é preciso que o solo o receba, e o chão em condições de receber é um chão fertilizado, perfazendo a imagem do real estabelecimento.

Um homem inteligente sabe que para plantar precisa escolher uma terra apropriada para as suas sementes. Assim sabe que plantou.

Por tudo isso, estabelecer também é uma gestação em busca de um solo que permita a sua germinação. Um movimento estabelecido leva a outro movimento.

Cabala numérica 06
Seis é a cabala da ambiguidade, onde o positivo e negativo se encontram num mesmo ponto, num mesmo lugar.

Depois de estabelecermos algo é que verdadeiramente confrontamos com as perdas e ganhos do que foi estabelecido. A cabala 6 é a representação literal do bem e do mal, da fortuna e infortúnio. Quando o homem se estabelece, na sequência, a avaliação desses valores é pertinente. Como já vimos, um alvo imóvel permite a avaliação mais profunda.

Esta é a imagem do início da seleção. O momento é de reconhecimento. O movimento é de não se aproximar para ter segurança no reconhecer.

A trilha desarmônica desta cabala descreve o homem que nega todo o positivo do seu estabelecimento por também haver o negativo. Esta trilha desarmônica o levará a retroceder para o processo de transformação descrito na cabala 4. Não saber lidar com as polaridades dos acontecimentos é o que impede o avançar.

A mente infantil desconhece que o bem precisa ser perpetuado e o mal neutralizado. Tende a abandonar um ser positivo porque encontrou os aspectos negativos que também fazem parte de qualquer corpo.

A trilha harmônica descrita nesta cabala refere-se ao homem que, no comportamento com a ambiguidade positivo–negativo e seu estabelecimento, fortalece-se com o positivo, aproxima-o e neutraliza a parcela negativa. Não abandona o seu estabelecimento. Esta é a imagem do reformador.

No nosso calendário, o mês de Junho é uma das representações da cabala 6. É quando a profundidade da terra fecundada é visitada pelo vento. O vento levanta a superfície da terra, para encontrar o seio da terra. Para isso, ela abre seus espaços para o vento passar.

O mês de Junho é o momento ideal para avaliarmos o quanto de positivo e negativo estamos absorvendo no ano e, ao mesmo tempo, levando para ele.

Todo homem é um chakra do Universo com função definida para cada ano que vive. Abster-se de executar a sua função é o negativo que o homem leva para o ano. Cumpri-la é o positivo.

O ar sobrevoa a terra mais uma vez no mês de Junho. Estes elementos favorecem a reflexão para um balanço sobre as ambiguidades que até então se fazem presentes.

O momento é de detectar em que situações o positivo e negativo acontecem ao mesmo tempo. Detectar levará a outro movimento.

Cabala numérica 07
Sete é a cabala da estrada, do caminho. Reconhecido o positivo e o negativo, o momento é de avançar levando para a sequência apenas o positivo.

A imagem de um homem caminhando por uma estrada, seguro dos seus passos, certo da sua vida, é o movimento descrito pela cabala 7. Já não há dúvidas nem ambiguidades. Estas características foram decodificadas no movimento anterior. Assim o homem prolifera o seu estabelecimento por toda a estrada que caminha. Traz consigo a experiência. Esta estrada foi devidamente escolhida e selecionada.

Assim sendo, o homem sabe aonde vai, por que vai e o que leva, se vai em direção a algo com dúvidas e incertezas, indica que o trabalho descrito na cabala 6 ainda não foi concluído. Caminhar com dúvidas obstrui os passos e o chão desconhece o peso de quem o pisa, porque o andar é inseguro, o peso dos passos é dividido com a companhia da dúvida. Pesa a dúvida, pesa o homem. O chão já não o sustenta. O avançar é indefinido, descompassado. O momento requer uma nova parada, um novo estabelecimento para fazer o trabalho sugerido pelas cabalas 5 e 6.

A trilha harmônica descrita na cabala 7 traz a certeza, a segurança e a definição como companheiras. Quem já assistiu a um rio se entregando ao mar, sabe sobre o que a cabala 7 se refere.

Quem já assistiu ao pousar de uma ave, conhece o que é pisar o chão com firmeza. O pisar é firme e não há atrito. Caminhar com os pré-requisitos da cabala 7 é ter deixado, no antigo estabelecimento, os aspectos negativos que não pertencem ao andarilho.

No nosso calendário o mês de Julho é uma das representações da cabala 7. A fecundidade da terra de Maio foi conduzida pelo ar de Junho. O vento carrega a terra leve, harmônica, com o seu peso. Juntos mergulham na água de Julho. A terra selecionada pelo vento fecunda este novo movimento que levará, na seqüência, ao próximo movimento.

Cabala numérica 08
Oito é a cabala da lucidez, da consciência iluminada, revelando a lucidez do andarilho, iluminando as próximas etapas de sua estrada. Nesta imagem a luz chega antes dos pés. O andarilho prevê o seu futuro e a previsão é exata porque foi calculada pela luz.

Ter lucidez e ter consciência é a mesma coisa. Consciência e lucidez são frutos do experimento e do reconhecimento. Um homem lúcido tem consciência do seu peso e do seu valor. A sua ética é concreta, seus ideais estão materializados no seu corpo e em tudo o que executa. Um homem lúcido tem esperança de um futuro melhor e a esperança é a ação da espera, enquanto a desesperança é a espera solitária, destituída de movimento.

Esperar não é aguardar. Esperar é ir ao encontro do esperado, onde o homem lúcido faz a sua parte, provê e semeia, germina e gesta o fruto de sua esperança.

Lucidez é iluminação. Nesta luz geram as sombras. Não há embates, estes movimentos ficaram antes do andarilho caminhar. A caminhada comprovou as suas certezas, por isso é lúcido.

A cabala 8 descreve todo e qualquer movimento totalmente revelado. É a aparição que se anuncia para avisar o sinal de um ciclo. Lucidez é autoridade e toda autoridade é interna. A lucidez autoriza o homem a se determinar de acordo com seus intentos e conteúdos.

Um homem determinado já conquistou a sua autoridade e dispensa autorizações externas. Autoridade é licenciar-se a ser o que quer e o que acredita. O homem iluminado é seu próprio mestre, sua escola, sua estrada. E seu comprovante são seus atributos.

Ninguém informa ao inverno sobre a chegada da primavera. Assim, o inverno se despede, doando para a próxima primavera a sua chuva, a sua umidade, a sua autoridade e o seu calor. Há quem pergunte como pode o inverno doar calor. Precisa perguntar à primavera; ela sabe, pois o recebeu. O inverno é lúcido e se autoriza a revelar seus valores para quem tem condições de alcançá-lo.

No nosso calendário o mês de Agosto é uma das representações da cabala 8. Quer maior autoridade do que o fogo que recebe a água aquecendo-a sem desintegrá-la? O fogo de Agosto tem a autoridade de viabilizar este movimento. Neste momento o homem tem autoridade para tecer comentários em relação ao ano decorrente. As etapas anteriores, bem realizadas, concretizam o momento da chegada luz sobre o coletivo. E a luz avalia a qualidade das fertilizações que o conjunto humano favoreceu.

A trilha desarmônica da cabala 8 descreve um homem que caminhou por sua estrada, confirmou sua verdade e não se autoriza a dividi-la com outros homens, perfazendo a imagem do segredo infértil, do tempo desperdiçado, do auto abandono.

A lucidez traz esta claridade. O homem sabe que não poderia se calar. A trilha desarmônica da cabala 8 sinaliza a omissão que é a negação de uma verdade concreta. Omitir é zelar da mentira em detrimento da verdade.

A trilha harmônica da cabala 8 é a imagem do homem que se entrega a suas verdades, adquiridas com esforço próprio. Não há neste movimento, um senhor maior do que a transparência da luz.

Esta entrega levará a outro movimento.

Cabala numérica 09
Nove é a cabala da conclusão elaborada, da perfeição de uma concretude. É a imagem do homem que trilha uma estrada satisfeito com o seu projeto.

Conclusão e homenagem nos movimentos desta cabala têm o seu significado. A homenagem é a aparição da conclusão. Revela que um ciclo se fechou. O momento é de colheita, onde o homem colhe e se alimenta de suas próprias virtudes.

É a imagem da maré cheia, que colhe a areia e a visita dos cardumes. É a imagem da lua cheia, preenchendo os seus espaços, e todas as outras luas estão presentes na lua cheia.

Nove descreve o intervalo desconhecido onde o círculo começa e termina. Só o círculo é premiado com este momento. A cabala nove descreve o momento em que o homem se homenageia por sua conquista pretendida. Só o homem sabe os percursos e os vãos da homenagem.

No nosso calendário o mês de Setembro é uma das representações da cabala 9. Setembro está para o ano assim como a terra está para o céu, receptivos. Setembro é o terceiro momento da terra e traz no seu interior todos os contatos e fertilizações das terras anteriores (Janeiro e Maio).

A aparição do fruto de Setembro traz no seu interior o histórico da árvore que o ampara. A história da árvore é contada pelo fruto. Frutificar é a maior condição de doação que pode existir. O homem frutifica quando o pode apartar de si mesmo o seu bem mais elaborado e não há dor nessa entrega. O momento é de contemplação. Quando contemplamos nossos frutos, concretizamos a nós mesmos. O fruto é nossa homenagem para o mundo e a entrega é a nossa conclusão.

A cabala 9 é rica em detalhes e cada detalhe descreve um obstáculo vencido, revelando que ouve o contato (cabala 1); este contato encontrou uma parceria (cabala 2); os parceiros confeccionaram uma semente e agora já são três (cabala 3), inteiros na soma; para não se extinguir, este corpo inteiro se transformou (cabala 4), ampliando seus espaços, semeando o solo; o corpo transformado planta-se na sua fertilidade (cabala 5); solo e corpo se unificam, avaliam-se e se julgam, espelhando a sua ambiguidade (cabala 6); o corpo precisa caminhar (cabala 7); Elimina os pesos desnecessários e trilha em busca da iluminação (cabala 8); chegou no intento, concluiu o seu trajeto, agora repousa, entregando a sua tarefa para os frutos que se desprendem do ventre de sua consciência (cabala 9).

Comentários sobre os meses Outubro, Novembro e Dezembro
Outubro é uma das representações da cabala 10, onde um princípio informa a aproximação de um novo vazio. Os ares de Outubro equilibram o passado, cujo conteúdo formatará o presente imediato.

Cabalisticamente falando, o mês de Outubro é a confirmação sobre os atributos do ano decorrente e a seleção de virtudes que não conseguiram se concretizar no tempo fluente. Assim estes acontecimentos, para não se perderem com o tempo, encontram espaço e recolhimento no zero.

A imagem da cabala 10 refere-se a um princípio que magnetiza o alheio para um seio que o guardará enquanto o seu dono não o encontrar.

 

Novembro é uma das descrições da cabala 11. Dois princípios espelham-se, confundem-se, por tamanha semelhança. Não se tornam parceiros, porque, para a parceria, é necessário haver as diferenças entre as unidades.

A cabala 11 descreve a imagem de duas forças iguais que não se somam. Aceitam-se e preservam sua forma original. O mês de Novembro é um princípio que continua trabalhando, magnetizando o alheio para confortá-lo no zero e nesta magnetização captura um alheio que lhe é semelhante. Revelam-se as águas de Novembro, reconhecendo águas de Março e de Julho que não foram reconhecidas pelo coletivo. O movimento não permite sobras, então, as águas de Novembro conduzem as suas irmãs para um receptáculo que as geste e as projete no próximo ano.

 

Dezembro é uma das descrições da cabala 12 e esta cabala revela um princípio que se torna parceiro do seu próprio trabalho. Nesta união, a soma locupleta o com sua inteireza o ventre do zero. O fogo do mês de Dezembro traz a condição de modelar o concreto, o realizado e as intenções para o futuro. Esta é a imagem do modelo real e do modelo pretendido.

Assim a natureza se abastece e se prepara para permanecer. Houve um registro e haverão outros, porque o zero, quando está preenchido, incentiva o tempo a continuar vivendo para lhe dar espaço.

 

“Texto extraído do livro “O Livro dos Sonhos Cabalísticos”, escrito por Halu Gamashi.

 

5 Comentários

  1. Guilherme henrique

    A criação dita em belíssimas palavras, do saber da existência e do amor. Amém! Halu muito obrigado por compartilhar e envio amor a você, um ser tão lindo e cheio de luz. Que você receba esse carinho para lhe ajudar a continuar nessa caminhada maravilhosa.

    Responder
    • Verônica Athayde

      Haluz, caminhemos na paz pra novos desafios te amamos

      Responder
    • Solange Silva

      Olá! Estou lendo “O Livro dos Sonhos Cabalísticos”, estou aprendendo muito. Expandindo a minha consciência. Vale a pena ler o livro da Halu citado acima. São conhecimentos muito profundos e com sabedoria. Gratidão HALU por compartilhar seus conhecimentos com sabedoria e ajudar muitas pessoas na sua evolução espiritual. Abraços.

      Responder
  2. Wal

    Emocionadíssima!!!

    Responder
    • Darli Fátima Scherer Fracaro

      Quero fazer o curso dos chacras. Ainda posso me inscrever?

      Responder

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