Quando encerro uma pessoa em minha vida não digo adeus, prefiro dizer HÁ-DEUS para que Ele, com Sua infinita sabedoria, trace novos rumos para a minha jornada e para que quem se foi tenha os mesmos direitos.
Retiro o nome dos que se foram da minha boca para não dizer palavras vazias.
Retiro-as do meu corpo para que meu sangue possa circular, correr e brincar sem sustos.
Retiro-as do meu pensamento por respeito e dignidade.
Assim liberto os meus órgãos do sentido para novos encontros protegendo-os da persuasão da memória.
Quando encerro uma pessoa na minha vida revigoro o lugar que ela ocupou para que este espaço não machuque com desconfianças novos inquilinos.
Viver é buscar, é questionar os encontros, caminhar e encerrar histórias. Só assim é possível continuar caminhando. Caso contrário, corremos o risco de encerrar a nossa vida temendo novos naufrágios.
Já pensou, acorrentar os pés, as mãos e o coração a alguém que se foi e ser arrastado por aí conduzido por sentimentos de quem não nos quis, por quem não nos aceitou?
A vida é eterna e por isso o fim existe. A função do fim é favorecer a caminhada. Sem o fim não há eternidade.
Fim, acabou é uma dimensão do processo de crescimento.
Fim não tem qualidades de bom ou ruim.
Enquanto tudo se diz e se troca antes do fim, depois dele nenhuma palavra mais pode ser dita. Não se engana o fim, quando ele se anuncia cumpre o seu papel de encerrar ou a história de alguém na nossa vida ou a nossa própria vida de sofrimentos e angústias sem fim.
Dedico esse texto a todas as pessoas que ainda não pararam para pensar no Divino Fim e suas funções no processo de crescimento.
“Quando um não quer, dois não brigam”
Halu Gamashi
Aldeia da Serra 21.8.2017
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