A ideologia do “vale tudo” para alcançar os objetivos diminui tanto o alvo perseguido que só ao alcançá-lo percebe-se que não valia tanto.
Os mais fortes conseguem refazer a jornada. Os mais fracos procuram não pensar no assunto.
A ideologia do “vale tudo” sublima o humano no homem e com a humanidade sublimada fica um espaço vazio, impossível de ser preenchido com outros patrimônios porque o espaço reservado à força humana no homem, somente a força humana tem a chave de acesso.
O que fazer com este espaço vazio?
Quanto mais se tem, mais se teme perder porque, inconscientemente, sabe que neste trajeto há uma perda real e tudo que se tenta enraizar para preencher este espaço diminui imensamente de valor depois da aquisição.
O valor que tinha antes da conquista fica onde está, do lado de fora do homem para seduzir outros. Assim é o poder.
O poder não se entrega a ninguém, destrói quem o conquista para requisitar outros caçadores. Enquanto se mantém nesta esfera, sublimando a força humana, não há olhos para ver a beleza da mata, a profundidade dos rios, a expansão dos mares e o olhar de um humano. Não há ouvidos para ouvir os cantos dos pássaros, o som das estrelas, os chamados espirituais. Não há mãos, não há tato para tocar a bondade infinita dos sentimentos sublimes.
A fome visceral embota a visão e a ideologia do “vale tudo” comanda o movimento.
Já existem em planeta Terra muitas pessoas encarnadas que Ascenderam, que são Mestres Ascencionados do seu próprio crescimento. Os seus mistérios e quereres, ideologias e vontades, valores e patrimônios só serão compreendidos, vistos, ouvidos e tocados por outros mestres que ascenderam também seu próprio crescimento.
A Vida é a grande Mestra Ascencionada do planeta Terra. Fica para os humanos a condição de ser mestre de si mesmo.
Uma fraternidade só ganha corpo com a reunião de afinidades e interesses comuns. Na ideologia do “vale tudo” os interesses comuns são trocados por conveniência momentânea e os interesses ficam em segundo plano. Só compreende o amor quem quer amar e ser amado. Da mesma forma que só se é adepto do terror quem quer ser temido. Temor e amor não ocupam o mesmo espaço.
O temor vê no amor um algoz com forças para destroná-lo e o amor, em contato com o temor, sente-se rejeitado.
Ao escrever este texto penso que serei compreendida pelas pessoas que não embutiram a ideologia do “vale tudo” nos seus viveres. Há muitas dificuldades neste caminho porque não está à venda e não se submete para comprar ninguém. Porém, sabemos que este caminho que escolhemos é o único que temos para seguir porque a ideologia do “vale tudo” não ocupa espaço nos nossos interesses internos.
A Ascensão Espiritual se conquista encarnado na Terra porque aqui é a grande escola para formar Seres Iluminados.
Dedico este texto a todas as pessoas que em 2019 têm como projeto de vida manterem-se firme para não cair nas armadilhas da ideologia do “vale tudo”.
Halu Gamashi
31.12.2018, Santo André, Costa do Descobrimento/BA
Não li este texto em 2019, nem tão pouco li todos até aqui chegar. Nesta busca pelo reconhecimento da minha sombra, pela minha transformação ou reformulação interior, pela célebre pergunta e sábia retórica: “-Está difícil? Assume!”, vim aqui parar. Tornei-me membro há menos de 1 mês e vim aqui com um objetivo: Ler o Estudo Astrosófico das Horas. Como não selecionei o link, vim à busca do artigo e deparando-me com tantos outros, decidi abrir um para ler… E, resta-me dizer: mantenho-me firme para não cair nas armadilhas da ideologia do “vale tudo”. Garantidamente, irei lê-los a todos, mas não sem antes agradecer por tão valiosos tesouros.
Tesouro a céu aberto.
Está é a minha impressão ao ler o que Halu Gamashi escreve, tão fluidamente, que parece água jorrando sem parar.