Abri as portas do meu coração e pavimentei as ruas do meu sentimento para dar conforto aos seus pés.
Cobri meus braços com avencas para que você se sentisse abraçado pela pele do vento.
Me preparei e te esperei chegar para um gole de café e um pão com geleia.
Procurei na minha emoção e encontrei um vasto repertório.
Escolhi para você o sorriso e o meu melhor abraço.
Andei léguas para frente para te contar as novidades, vasculhei os baús do mundo para dividir com você os segredos do Tempo.
Por tudo isso concluo que te amo.
Agora vou consertar a fechadura do portão… que de tanto lhe esperar enferrujou.
Vou reformar a pavimentação… a chuva ácida da espera abriu crateras.
O café … esfriou… o pão adormeceu e enquanto dormia desfigurou a geleia.
Meu sorriso se abraçou com as avencas e me acolheu da ácida chuva da espera. Dei-me conta que o meu sorriso aprendeu a rir, rir sempre. Agradeci a ele.
Enquanto aguardava repetia para mim as novidades do futuro e os segredos do Tempo… aprendi velhas lições e suas novas roupagens…
Por tudo isso conclui que me amo e que de fato o Amor existe.
Estou arrumando a mala, selecionando a bagagem, as lembranças.
Assim que consertar a fechadura, reformar a pavimentação…
Vou colocar o pão no forno, a água no fogo para passar o café e escolher figos para fazer a geleia…
Vou escrever e entregar para a minha amiga Marcia Soares para nos refrescarmos nas avencas entre pães, café e geleia e sorrirmos para Ventos Antigos.
Assim, concluo que eu te amo.

Halu Gamashi

 

1 Comentário

  1. Amanda

    Amei. Muito lindo.

    Responder

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